Hester é o tipo de livro para quem leu e gostou de E O Vento Levou, de Margaret Mitchell. A personagem Hester me lembrou a garra e a força de Scarlett O’hara. Hester traz o fascinante relacionamento entre duas mulheres rivais, uma na flor da juventude e outra no inverno de sua vida!
Hester foi lançado em 1883 na Inglaterra e traz Catherine Vernon, 65 anos, uma rica solteirona. Isso não significava que ela nunca tivesse se apaixonado. Pelo contrário, em sua juventude ela amara seu primo, John Vernon. Infelizmente, John, que era o chefe do banco da família, apaixonara-se por outra e partira o confiante coração de Catherine.
Esta não é apenas a história de Catherine, mas também da jovem Hester Vernon, que dá título à obra, e dos três homens que se apaixonam por ela. Hester é um relato fiel daqueles que amam o dinheiro, o poder, o controle, e dão vazão ao ressentimento e à rebelião.
UMA OBRA-PRIMA VITORIANA
Hester traz a história de uma família que era dona de um banco há décadas. Catherine, a herdeira do banco Vernon, era noiva de seu primo, também herdeiro da instituição. Mas quando John Vernon, que a tinha trocado por outra dama, subitamente foge depois de desviar dinheiro do banco, ela coloca cada centavo de sua própria fortuna para salvar o bom nome da família e a casa bancária.
Catherine é uma mulher forte, uma das heroínas mais fortes que já conheci. Embora seja Hester que dê nome ao livro, Catherine, como uma pessoa de grande integridade, muitas vezes toma o protagonismo para si. Ela se torna amada, a heroína da comunidade, quase uma rainha na pequena cidade do interior da Inglaterra.
Mas como o destino queria, o círculo se completa quando a filha e a viúva de John Vernon retornam à vida de Catherine. Hester Vernon, a determinada e orgulhosa moça, quer provar que seu pai foi enganado por sua prima. Nesse emaranhado familiar, Edward, o preferido da matriarca Vernon, apaixona-se por Hester. Harry, o primo desprezado, também a deseja como sua esposa. E Roland, um terceiro parente distante, chega de Londres, trazendo não somente sua bela figura, mas colocando fogo às ideias de grandeza e liberdade de Edward. Um estudo da intricada natureza humana. Uma história sobre assumir riscos financeiros e no amor que chega a um clímax abrasador.
QUEM FOI MARGARET OLIPHANT?
Margaret Oliphant (1828-1897) escreveu mais de 100 romances. É mais conhecida por seus retratos da vida em cidades interioranas. Foi uma das grandes romancistas da era vitoriana e Hester é amplamente considerada sua obra-prima. Nasceu em Wallyford, perto de Edimburgo. Seu pai era comerciante e, quando criança, morou em Glasgow e Liverpool. Sua mãe estava ansiosa para que sua filha fosse instruída e, portanto, Oliphant recebeu uma educação muito superior a muitas de seu sexo. Em 1852, casou-se com seu primo, Francis Wilson Oliphant, mas sete anos depois ficou viúva e iniciou uma cansativa luta para prover, por meio da escrita, o sustento de seus filhos e, mais tarde, dos filhos de seu irmão. O estilo de Oliphant está entre Austen, Collins e Dickens, mas com um toque muito mais leve do que Dickens. Seus personagens são vividamente desenhados, geralmente com um olhar satírico. A heroína traz todo o impulso para a mudança social de Dorothea Brooke, de George Eliot, em Middlemarch, ou a autoconfiança de Scarlett O’Hara, em E o Vento Levou, de Margaret Mitchell.
Em 1886, Margaret foi morar em Windsor para ficar perto dos filhos que estudavam no Eton College, tornando-se sua casa permanente. Na quele ano, sua prima Annie Louisa Walker, escritora e professora, se mudou para lhe fazer companhia e ser sua governanta.
Ainda que tivesse sucesso profissional, na família as tragédia se sucediam. Seu filho Cyril Francis, o mais velho, morreu em 1890. O mais novo, Francis, trabalhou com a mãe em Victorian Age of English Literature e chegou a trabalhar no Museu Britânico, mas logo foi mandando embora e morreu em 1894.
Com a morte dos filhos, Margaret deixou de ter ânimo para escrever. Sua saúde piorou muito e em 20 de junho de 1897, em Windsor, Margaret morreu aos 69 anos. Ela foi sepultada em Eton, junto de seus filhos.
SUA CARREIRA COMO AUTORA
Seu primeiro livro Passages in the Life of Margaret Maitland (1849), foi um grande sucesso de crítica e público e dois anos depois recebeu continuações. Em 1851, publicou Caleb Field. Margaret começou a escrever para revistas literárias, como a Blackwoods, do editor William Blackwood, para a qual escreveu vários contos, ensaios, artigos e livros seriados , como Katie Stewart (1853). Como contribuía com vários artigos para uma única edição, muitos deles eram anônimos.
Na década de 1880, Margaret era a mentora da escritora irlandesa Emily Lawless. Por volta dessa época, dedicou-se a escrever contos sobrenaturais, como A Beleaguered City and Other Tales of the Seen and Unseen (1885). A Era vitoriana é conhecida por sua preocupação excessiva com a morte e o pós-morte e isso refletiu em muitos livros e trabalhos da época, inclusive de Margaret. Tendo perdido três filhos ainda na infância e o marido, além das mortes dos filhos adultos e da única menina, Margaret estava bem versada em assuntos de morte. Seus contos trabalham muito com a questão do conforto e amor com aqueles que ficam.
Escreveu ficção histórica, como Magdalen Hepburn (1854), que se passa durante a Reforma Escocesa e tem como protagonistas John Knox e a rainha Maria da Escócia. Boa parte de seu trabalho ressaltava a preocupação com as injustiças sofridas pelas mulheres e grande crítica aos valore sociais da sociedade do século XIX. Seu livro Kirsteen (1890) é um bom exemplo desse tipo de produção.
MINIBIOGRAFIA
A minibiografia de Margaret Oliphant está na obra O Executor, uma ficção curta lançada pela autora em 1861, exclusiva para assinantes do www.clubedeleitorespedrazul.com.br, assim como também Hester.
O Executor faz parte das Crônicas de Carlingford, uma série espirituosa e popular na Inglaterra, que a Pedrazul está apresentando ao leitor brasileiro, ambientada na encantadora cidade rural de Carlingford. Foi inspirada na série Barsetshire de Anthony Trollope (As Crônicas de Barsetshire é uma série de seis romances, publicados entre 1855 e 1867. Eles se passam no fictício condado inglês de Barsetshire e sua cidade de Barchester).
No caso de Margaret Oliphant, os romances tratam das relações do clero e da pequena nobreza, e das manobras políticas, amorosas e sociais que ocorrem entre eles, mas com um conteúdo e estilo próprios da autora.
Oliphant escreveu a primeira história em um momento triste de sua vida, recém-chegada de Roma, com seus três filhos pequenos, onde seu marido havia morrido de tuberculose. Aflita e esgotada, ela sentiu que havia perdido seu dom para escrever, especialmente depois que seus editores, os Blackwoods, haviam rejeitado seus últimos trabalhos. Nessa mesma noite, porém, escreveu O Executor e, como ela relata em sua autobiografia: “A história fez bastante sucesso e minha fortuna, comparativamente falando, foi feita.”
Logo em seguida ao O Executor, que é o livro um da série, vem outra ficção curta, O Reitor, lançada em 1861. O livro três já é um pequeno romance, A Família do Médico, lançado em 1861. O quarto, lançado em 1862, é outro romance, porém, mais extenso, A Capela de Salem. O Vigário Perpétuo, outro romance, veio em 1863. Miss Marjoribanks veio em 1865 e Phoebe, Junior – A última Crônica de Carlingford, veio em 1876.
Todos estes livros são exclusivos para assinantes do www.clubedeleitorespedrazul.com.br.